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MonitorA

Projeto da AzMina em parceria com o Instituto Update e InternetLab monitora o discurso de ódio contra candidatas nas eleições de 2020
MonitorA. Observatório de violência política contra candidatas nas redes.

Estamos a menos de quatro meses das eleições de 2022 e ainda não conseguimos todos os recursos para fazer o MonitorA este ano. Por isso, lançamos a campanha de financiamento coletivo “Isso Tem Nome: violência política de gênero”. Faça sua parte, veja como ajudar aqui. 

No contexto de eleições em meio à pandemia, as candidaturas vêm usando de forma ainda mais intensa e criativa redes sociais e aplicativos de mensagens como Whatsapp e Telegram, para publicizar suas ideias e propostas. E nesse ambiente virtual, as candidaturas de mulheres, negros(as) e LGBTI+ estão duramente expostas ao discurso de ódio e à violência política.

Dados de 2019, da União Interparlamentar, a organização mundial dos parlamentos, mostram que mais de 80% das parlamentares no mundo já sofreram algum tipo de violência política, seja psicológica ou física. Mais: 39% delas afirmaram que a violência política minou a implementação de seus mandatos e sua liberdade de expressão.

Sabemos que a violência política de gênero também é sexista em suas formas: para atacar mulheres, os agressores frequentemente apelam a estereótipos estigmatizantes vinculados ao corpo, à sexualidade, à estética e à beleza. Como mostra a literatura acadêmica, os homens são atacados pelo que dizem, enquanto as mulheres são atacadas pelo que são.

Diante desse cenário, AzMina em parceria com o Instituto Update, e o InternetLab, se uniram para coletar e analisar comentários direcionados a candidatas de todos os espectros políticos, para compreender as dinâmicas da violência política de gênero e do discurso de ódio sexista contra as mulheres. Além dos conteúdos publicados durante as eleições, as instituições organizaram também um relatório final com análises e sugestões para o combate da violência política de gênero (em PT ou ENG).

Como funciona?

Monitoramos os perfis de candidatas de diferentes regiões do Brasil no Twitter, YouTube, Instagram e Facebook, coletando postagens, comentários de usuários, e outras interações. Desenvolvemos dicionários de palavras e termos frequentemente usados em discursos de ódio sexistas nas redes, de acordo com o perfil das candidatas monitoradas. E também, junto ao Volt Data Lab, ferramentas de visualização interna dos dados levantados.

A partir disso, fazemos análises dos dados levantados, para identificar as formas mais comuns de violência digital contra candidatas mulheres, os perfis que mais as atacam, as estratégias usadas e mais. Essas análises ganham a forma de reportagens e análises, que podem não só ajudar a pensar estratégias de defesa, mas também servir de base para combater a violência de gênero online ainda nessas eleições. Por fim, trabalhamos os dados finais para pensar recomendações e encaminhamentos que contribuam para a discussão da violência de gênero em termos de políticas públicas e privadas das redes sociais para o futuro.

Quais candidaturas são monitoradas?

Foram selecionadas candidatas que concorrem a cargos de vereadoras, prefeitas e vice-prefeitas de nove partidos políticos que se situam em espectros ideológicos de direita, centro e esquerda. Elas também têm diferentes perfis: são mulheres negras, brancas, indígenas, heterossexuais, lésbicas, bissexuais, religiosas, cissexuais e transexuais, entre outras.

No primeiro turno, foram monitoradas candidaturas de Bahia, Minas Gerais, Pará, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, São Paulo – a escolha pelos estados está relacionada a pesquisa de jurisprudência sobre discurso de ódio feita anteriormente pelo InternetLab. Duas candidatas de outros estados também foram incluídas no monitoramento por sofrerem contínuos ataques: Manuela d’Ávila (RS) e Benedita da Silva (RJ).

No segundo turno, todas as candidatas à prefeitura e vice-prefeitura foram monitoradas.

Como forma de controle para a pesquisa, selecionamos algumas candidaturas masculinas, que servem como parâmetro comparativo. Ainda que a quantidade de homens com perfis nas redes sociais monitorados seja menor, elas também atendem critérios de multiplicidade de partidos, cargos pretendidos e perfis sociais – selecionamos homens negros, brancos, heterossexuais, cissexuais e transexuais.

Parceiros

Para contextualizar os casos de discurso de ódio e violência de gênero em cada local, contamos com a parceria de cinco veículos que atuam nos estados monitorados, que vão produzir conteúdos jornalísticos específicos, com recortes de território e perfil social das candidatas: 

Bahia: Marco Zero Conteúdo
Minas Gerais: BHAZ
Pará: Amazônia Real
Santa Catarina: Portal Catarinas
São Paulo: Agência Mural

Os conteúdos que produzimos

“Gorda”, “porca”, “burra”: candidatas recebem mais de 40 xingamentos por dia no Twitter durante campanha eleitoral

Ataques a candidatas se estendem a apoiadoras no 2° turno das eleições

Violência política de gênero: as diferenças entre os ataques recebidos por mulheres e seus oponentes

Candidatas das periferias de SP sofrem ataques virtuais e intimidação durante disputa eleitoral

Maternidade, idade e sexualidade tornam candidatas alvos de ataques nas redes sociais em MG

Em Santa Catarina, 61% das candidatas dizem já ter sofrido violência política de gênero

De tiros a agressões nas ruas: no Pará, violência política contra mulheres extrapola as redes

Mulheres negras são o principal alvo da violência política nas redes sociais em eleições na Bahia

Relatório: Violência online dificulta representatividade das mulheres na política

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