Nesta série em formato de podcast com seis episódios, a Revista AzMina e o 37 Graus em parceria, com apoio do Instituto Serrapilheira, investigam a história da controversa e não tão científica relação entre a ciência e o corpo feminino.
É curioso pensar que muito tempo atrás, quando a medicina começava a se constituir enquanto ciência, os úteros eram alvos de muita especulação. Mas de outro tipo, não com o espéculo e observação, e sim a partir de estudos teóricos, sem fundamentos empíricos. Do tipo que podiam aventar que os nossos úteros eram etéreos e viajavam pelo corpo, afetando também os humores das mulheres.
Entre a pura especulação do que constituiria o corpo feminino até o uso do espéculo para observá-lo, uma coisa foi recorrente: predominantemente eram homens que o faziam.
Existe uma visão popular de que a ciência seria isenta e livre de julgamentos e preconceitos, baseada apenas em fatos observáveis. No entanto, a verdade é que a ciência se define por hipóteses pensadas por seres humanos, que não têm como se isentar de sua visão de mundo e do tempo a que pertencem.
Por séculos, o domínio social masculino refletia também na ciência, e esta trabalhou por muito tempo para manter a posição da mulher enquanto inferior ou pertencente ao ambiente doméstico. Da ginecologia e obstetrícia até a genética, cientistas escolheram ao longo dos tempos o que investigar ou não, e também como investigar.
A partir de 10 de agosto de 2022, às quarta-feiras um novo episódio!